Prioridades da AirAsia são recuperar corpos e investigar acidente

O director executivo da Air Asia, Tony Fernandes, afirmou hoje que após terem sido encontrados mais de 40 cadáveres nas buscas pelo avião desaparecido no domingo, as prioridades são a recuperação dos corpos e a investigação do acidente.

Prioridades da AirAsia são recuperar corpos e investigar acidente

Após um encontro com o Presidente indonésio no Aeroporto Internacional de Juanda, em Subaraia, o presidente executivo da AirAsia contou que "a parte mais importante" da conversa com Joko Widodo foi a recuperação dos corpos, sendo igualmente essencial apresentar uma conclusão sobre o acidente "o mais rápido possível".

"Esperamos terminar a recuperação até amanhã, se o tempo estiver bom", disse aos jornalistas numa conferência de imprensa no aeroporto.

"A prioridade é trazer todos de volta para Surabaia. A Agência Nacional de Buscas e Resgate está muito confiante de que sabe, mais ou menos, a localização do avião ", acrescentou.

Segundo o mesmo responsável, as embarcações envolvidas nas buscas foram encaminhadas para o local onde as equipas já encontraram mais de 40 corpos.

Para o director executivo da AirAsia, "é bastante claro que foi um acidente", mas "é muito cedo para especular", pois não se sabe o que correu mal.

"Amanhã, espero ir ao lugar com algum do meu pessoal-chave, se obtiver a autorização das autoridades", referiu, acrescentando ainda que é igualmente necessário esperar pela informação da caixa negra do avião.

O director executivo da maior transportadora aérea de baixo custo da Ásia frisou que "o tempo no Sudeste Asiático é mau" e que tem "plena confiança" na sua equipa de aviação.

O piloto que liderava o voo "era extremamente experiente", "veio da Força Aérea" e conhecia bem a zona de Surabaia, respondeu, sublinhando: "Continuo a ter total fé no nosso trabalho na Indonésia".

Tony Fernandes da empresa malaia voltou a assegurar que não fugirá das suas responsabilidades no que diz respeito a indemnizar as vítimas, mas quer "ter um relatório completo da investigação" primeiro.

Até lá, a AirAsia irá providenciar alguma assistência financeira aos familiares, garantiu, preferindo não avançar mais detalhes por agora, sendo que nos próximos "um ou dois dias" debruçar-se-á sobre o assunto.

"Isto é um momento terrível para mim e para a AirAsia. Não consigo por em palavras o que sinto agora (?) É uma experiência que eu nunca sonhei que pudesse acontecer. Provavelmente é o pior pesadelo de um director executivo de uma companhia aérea", confessou.

O empresário malaio, com origens portuguesas e indianas, que apareceu junto dos jornalistas com um rosto carregado, referiu que "depois de 15 anos a voar com milhões de pessoas, [este] é o pior sentimento que se pode ter".

"Pedi desculpa [aos familiares] previamente por aquilo que eles estão a passar. Eu sou o líder desta empresa e eu assumo a responsabilidade", declarou.

Minutos antes da conferência de imprensa e num ambiente de confusão, Tony Fernandes interrompeu uma conversa para tentar cumprimentar familiares das vítimas.

O milionário considera que a "experiência dolorosa" das famílias envolvidas pode ser atenuada com o apoio conferido pela empresa, daí que faça questão em "passar tempo com o máximo de familiares".

"Temos sido muito abertos. Temo-nos conhecido muito bem. Eles são muito fortes, estão muito calmos agora e agradecidos pelo máximo de informação e pelo que tem sido feito até agora", considerou.

Segundo Tony Fernandes, os familiares têm, inclusivamente, dado sugestões à AirAsia e manifestado interesse em continuar a voar com a companhia aérea.

O empresário respondeu aos jornalistas que "as vendas continuam fortes" e que "as pessoas mantêm-se muito confiantes na AirAsia" e voltou a admitir proceder a alterações na companhia se as investigações provarem que tal é necessário.

O avião da AirAsia partiu no domingo passado de Surabaia com destino a Singapura, onde deveria ter aterrado cerca de duas horas depois com 162 pessoas a bordo.

O piloto pediu à torre de controlo na Indonésia para virar ligeiramente à esquerda e subir de altitude para evitar uma tempestade, antes de perder a comunicação.

Lusa/SOL