Aconteceu duas vezes esta semana (em apenas três dias). No último incidente, o cargueiro Ezadeen foi deixado ao abandono com 450 pessoas a bordo, após os contrabandistas o terem deixado em piloto-automático em direcção à costa italiana. As autoridades daquele país conseguiram, na passada sexta-feira, interceptá-lo e conduzi-lo até ao porto de Corigliano.
Os migrantes serão, na maioria, de origem síria, afirmam as autoridades italianas. Entre eles encontram-se mulheres grávidas e crianças. De acordo com a Associated Press, as pessoas foram assistidas no porto, receberam comida e água e foram encaminhados para abrigos. Os seus pedidos de asilo serão agora avaliados pelas autoridades.
Recorde-se que, dois dias antes deste navio ter sido avistado, um outro cargueiro foi detectado pela Marinha italiana. Neste estavam cerca de 800 pessoas a bordo. De acordo com as autoridades, o Blue Sky M também terá sido abandonado por contrabandistas e estava em rota de colisão com a costa italiana. Neste caso, as autoridades daquele país também conseguiram tomar conta da situação e salvar as pessoas que estavam a bordo.
Nos últimos anos, tem existido um aumento de casos semelhantes a estes dois: Grupos de contrabandistas colocam pequenos barcos em piloto-automático e fogem do local, fazendo com que os migrantes que se encontram a bordo fiquem perdidos no meio do mar. No entanto, estes grupos parecem estar a evoluir e a optar por navios de maiores dimensões.
“Há muito dinheiro aqui envolvido. As pessoas estão desesperadas e estão dispostas a pagar grandes quantias para poderem viajar em condições miseráveis e chegar à Europa, onde esperam encontrar segurança e uma vida melhor”, explica William Spindler, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.