Ataque a jornal em Paris faz 12 mortos

Três homens encapuzados e armados com armas automáticas Kalashnikov entraram, às 11h30 locais (10h30 em Lisboa) na redacção da revista satírica ‘Charlie Hebdo’, em Paris, e dispararam sobre várias pessoas. De acordo com a France Press, 12 pessoas perderam a vida, incluindo dois agentes da polícia.

A AFP, citando fontes policiais, avança que os atacantes gritaram 'Allahu Akbar' [Deus é grande, em árabe] e 'Estamos a vingar Maomé' antes de disparar (veja o vídeo).

Os três homens continuam a monte depois de fugirem em direcção à Porte de Pantin. O carro, que era roubado, foi entretanto encontrado abandonado numa rua de Paris, em Seine-Saint-Denis. A identidade dos atacantes não é ainda conhecida e continuam a monte. (veja as imagens)

Entre as vítimas, estão Charb, o desenhador e director da publicação, Cabu, o mais célebre dos cartoonistas do Charlie Hebdo, e Tignous e Wolinski , dois caricaturista. 

Tignous, Charb, Wolinski e Cabu (da esquerda para a direita)

Um jornalista da Charlie Hebdo que não estava nas instalações durante o ataque disse ao Le Monde que "os atacantes estavam informados e sabiam que na quarta-feira, às 10h, ia haver uma reunião com toda a redacção. Caso contrário, durante a semana, não há ninguém no local".

O presidente francês já esteve no local e falou aos jornalistas. Junto ao edifício estiveram também o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, e a autarca de Paris Anne Hidalgo . 

De acordo com o Le Monde, este é o ataque mais mortífero em França desde o atentado ao Rei Luís Filipe I na Boulevard du Temple, em 1835, que fez 18 mortos e 23 feridos. França está neste momento no nível máximo de alerta terrorista.

A publicação tem um historial de fazer sátira com temas relacionados com o Islão. Em 2010, o Charlie Hebdo, na altura um jornal semanário, esteve no centro da polémica depois de publicar 11 páginas de caricaturas de Maomé, que antes já haviam sido publicadas num jornal dinamarquês.

A redacção tinha nessa altura recebido ameaças e o caricaturista foi alvo de uma tentativa de homicídio frustrada por parte de um fanático muçulmano. Em 2011, um ataque com cocktail molotov provocou a destruição total da redacção. Por isso, o edifício do jornal estava permanentemente com protecção policial.

Cerca das 10h30, a conta de Twitter do jornal satírico publicava o cartoon que se pode ver abaixo.

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