Chérif Kouachi, um dos irmãos que atacou o jornal Charlie Hebdo na quarta-feira, esteve esta manhã ao telefone com a BFM e disse ter sido enviado pela “Al Qaida do Iémen” e ter sido formado pelo íman norte-americano Anwar Al Awaki, há muito considerado como ‘o cérebro’ por trás do ataque às Torres Gémeas, no dia 11 de Setembro de 2001.
“Somos defensores do profeta”, referiu o atirador na conversa que durou cerca de dois minutos, acrescentando que os jornalistas assassinados no jornal satírico não eram civis mas sim “alvos”.
Segundo o canal, Chérif exprimia-se de uma maneira calma e determinada, como se tivesse preparado a conversa.
Amedy Coulibaly, o atacante que sequestrou o supermercado na Porte de Vincennes em Paris, também entrou em contacto com a BFM, por volta das 15h locais durante o incidente.
O sequestrador disse estar “sincronizado” com os irmãos Kouachi: “Eles [Kouachi], Charlie Hebdo, eu os polícias”.
Disse ainda pertencer ao Estado islâmico e estar a seguir as instruções do califado, justificando o seu acto como uma maneira de proteger os muçulmanos oprimidos, nomeadamente os da Palestina. Coulibaly referiu ainda que a escolha do local não foi um acaso, mas sim por pertencer a judeus.
A AFP avança ainda que as autoridades conseguiram ouvir o que se passava no supermercado, durante o sequestro, por um telefone que estava mal desligado. Coulibaly terá ligado a uma pessoa e não terá desligado a chamada. A polícia aproveitou um momento em que achavam que o sequestrador estava mais relaxado para tomarem de assalto o estabelecimento.