O realizador ganhou fama internacional com o filme de 1962 "Salvatore Giuliano", historicamente associado à Máfia e que defendia a independência da Sicília, e dez anos depois ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes, com "O Caso Mattei".
"Três Irmãos", de 1981, valeu-lhe uma nomeação para melhor filme estrangeiro da academia dos Óscares.
Nascido a 15 de Novembro de 1922, em Nápoles, frequentou o curso de direito antes de se dedicar ao teatro e ao cinema, trabalhou com os realizadores Luchino Visconti, nos filmes "Belissima" e "Sentimento", e Michelangelo Antonioni.
"Fazer cinema significa um compromisso moral com a própria consciência e com o espectador. A ele devemos a honestidade de uma busca da verdade sem compromissos. À medida que nos afundamos na realidade, mais compreendemos que o certo e o justo não existe. Mas o que conta é a nitidez da busca", afirmou o realizador.
Em 2009, foi homenageado com o Urso de Ouro honorário, pelo conjunto da obra, no Festival de Berlim, e três anos depois, em 2012, recebeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza, também pela sua carreira.
Durante a juventude, foi colega de escola de intelectuais e políticos, entre eles Giorgio Napolitano, hoje presidente de Itália.
"Ninguém como Francesco Rosi soube retratar o poder", comentou o jornalista Roberto Saviano, autor do livro "Gomorra", sobre a máfia, que lhe valeu muitas ameaças da Mafia.
Paolo Baratta, director da Bienal de Veneza, afirmou que "através do seu cinema caracterizado por um grande empenhamento civil" Rosi foi "um dos intérpetres mais extraordinários da Itália moderna a apreender e a mostrar as suas contradições e tensões profundas".
Segundo o Corriere della Sera, Rosi, doente há várias semanas com uma bronquite, morreu de madrugada, durante o sono.
Lusa/SOL