Em comunicado divulgado hoje, o Emirado Islâmico do Afeganistão, nome oficial dos talibãs afegãos, deplora a publicação de novas caricaturas que, segundo o grupo, "provocam as sensibilidades de quase um milhão e meio de muçulmanos".
Na terça-feira, a principal autoridade islamita sunita sediada no Egito, Al-Azhar, antecipou hoje que a publicação de novos desenhos representando o profeta Maomé no jornal satírico francês Charlie Hebdo vai "incitar ao ódio".
A publicação dos desenhos vai "incitar ao ódio", além de que "não serve a coexistência pacífica entre os povos e impede a integração dos muçulmanos nas sociedades europeias e ocidentais", refere Al-Azhar num comunicado.
O primeiro número do Charlie Hebdo depois do ataque tem na capa uma caricatura de Maomé, de lágrima no olho, segurando uma folha com a frase 'Je suis Charlie', a mesma que foi utilizada por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão. O desenho tem como título "Tudo está perdoado".
A Al-Qaida no Iémen reivindicou esta quarta-feira, num vídeo divulgado 'online', o atentado terrorista da semana passada, em que morreram 12 pessoas na redacção do semanário satírico francês Charlie Hebdo, em Paris.
Num vídeo difundido na passada sexta-feira, um responsável religioso da Al-Qaida na península arábica ameaçou a França com novos ataques.
"Não estareis em segurança enquanto combaterdes Alá, o seu mensageiro e os fiéis", declarou nesta mensagem Harith al-Nadhari, uma autoridade em matéria da 'sharia', a lei islâmica, na AQPA.
Na quarta-feira passada, dois homens encapuzados e armados, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, entraram na redacção do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas.
Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque foram mortos na sexta-feira, na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se tinham barricado.
Num outro atentado, na quinta-feira, uma agente da polícia municipal foi morta, no sul de Paris, tendo a polícia estabelecido "uma ligação" entre os dois 'jihadistas' suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.
Na sexta-feira, ao fim da manhã, cinco pessoas foram mortas num supermercado 'kosher' (judaico), no leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi morto durante a operação policial.
Lusa/SOL