Quem lidera hoje a exploração é a família Ataíde. Maria do Rosário, filha de Pedro Sousa a quem este, em criança, chamava de ‘raposinha’ (daí o nome da propriedade) e o seu marido Nuno, um juiz apaixonado pelos vinhos, pela gastronomia e pela música, entregaram-se de alma e coração ao projecto, ajudados pelo seu filho João e pela enóloga Susana Esteban.
Dos 14 ha do Monte da Raposinha saem sobretudo tintos (a produção de brancos é de 20%) e chegam ao mercado 100 mil garrafas, com 60% a seguirem o caminho da exportação.
Feitas as apresentações, partamos então para as provas acompanhadas por um almoço de caça da autoria do juiz Ataíde, que se mostrou também douto nesta matéria. Chegou-nos ao copo o Monte da Raposinha 2013 que assume a gama de entrada. De aroma frutado, frescura e equilíbrio, estagiou em barricas usadas de 3.º e 4.º anos. Um vinho muito apelativo que apetece ir repetindo. Seguiu-se o Athayde Grande Escolha 2011 que evidenciou complexidade e manifestou frescura, elegância e uma grande boca. Estagiou em barricas de 1.º e 2.º anos (especialmente nestas últimas).
Finalmente, a jóia da coroa, o Furtiva Lágrima de 2010 e que assume o nome de uma ária de Donizetti. Com estágio de 18 meses em barricas novas, distingue-se pela sua complexidade, boca longa e persistente, com notas de fruta e taninos suaves. Nota máxima dada aos tintos, mas não podíamos deixar passar em claro um branco que alegrou as entradas: o Athayde Reserva 2013. Os oito meses em barricas usadas estão presentes e revela também equilíbrio, frescura e elegância. É um vinho muito gastronómico.
Resumindo: vale bem a pena beber e saborear estes vinhos do Monte da Raposinha em terras de Montargil.