Vitor Túlio, dono da tabacaria especializada em imprensa internacional, explicou à agência Lusa que das 180 encomendas que lhe fizeram só vai poder satisfazer o pedido de 20.
"Até tive mais exemplares [do que é habitual] pois só costumo receber dois, mas desta vez tive 180 pessoas interessadas e só vou consegui vender aos 20 primeiros que encomendaram", disse Vitor Túlio.
António Carvalho, designer de profissão, é cliente da Sunrise e teve a sorte de ser um dos primeiros 20 a reservar a edição pós-atentados à redacção do Charlie Hebdo, em Paris, que provocou a morte de 10 jornalistas e de dois polícias.
"Normalmente não compro, mas conhecia o jornal em questão e quis ficar com esta edição especial", explicou à Lusa, enquanto segurava o exemplar que vai levar para casa.
A International News Portugal (INP), importadora do jornal para Portugal disse à Lusa que chegaram hoje 500 exemplares ao país, avançando que receberam vários pedidos de aumento de número dos pontos de venda, os quais não conseguiram satisfazer.
"Já solicitámos mais exemplares desta edição ao nosso parceiro internacional, mas neste momento, ainda não nos é possível anunciar o dia da sua chegada a Portugal", explicou fonte da INP.
A edição especial do Charlie Hebdo, depois do atentado contra o jornal, esgotou na quarta-feira em França à medida que foi chegando aos quiosques, alguns dos quais com extensas filas de pessoas interessadas em comprar aquele título satírico.
O semanário Charlie Hebdo informou inicialmente que o número especial depois do atentado terrorista mortal de quarta-feira da semana passada iria ter uma tiragem de um milhão de exemplares, mas acabaram mais tarde por elevar o total para três milhões.
O aumento da tiragem deve-se ao facto de a distribuidora, MLP (Messageries Lyonnaises de Presse), ter recebido grandes encomendas, não só de França, mas também do estrangeiro, depois do atentado à redacção do semanário.
As anteriores edições do Charlie Hebdo tinham uma tiragem de 60.000 exemplares, metade dos quais era vendida em banca.
O jornal foi preparado pelos sobreviventes do ataque terrorista e publica na capa da sua edição de hoje uma caricatura de Maomé, de lágrima no olho, segurando um papel com a frase 'Je suis Charlie', igual às utilizadas por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão, sob o título "Tudo está perdoado".
A capa do número especial voltou a causar polémica no mundo muçulmano.
Lusa/SOL