Sónia Melo, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), centrou o seu trabalho na investigação sobre o cancro. Sabendo-se que as células cancerosas são capazes de se alterar geneticamente, gerando tumores constituídos por populações diferentes de células cancerosas. A forma como ‘comunicam’ essas células numa mesma massa tumoral é o desafio desta investigadora de 34 anos, que se centrou no papel de algumas dessas células, conhecidas como exossomas.
Já Raquel Ferreira, 33 anos, do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior dedicou-se ao problema do AVC isquémico, uma obstrução dos vasos sanguíneos cerebrais que pode levar a alterações profundas nas funções motoras e cognitivas e até à morte do doente. A investigadora estuda tratamentos alternativos aos existentes para este tipo de AVC, procurando um tratamento que visa reparar a vasculatura cerebral lesionada através de nanopartículas com ácido retinóico.
Vânia Calisto integra o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro e escolheu uma área de que pouco se fala nos media, mas que é um problema sério: a contaminação da água por medicamentos, em especial os psiquiátricos. De facto, mesmo depois de tratadas pelas ETAR, as águas regressam ao abastecimento público ainda com resíduos de ansiolíticos ou de antiepilépticos, por exemplo. Daí que Vânia, de 29 anos, se dedique ao desenvolvimento de adsorventes (substâncias capazes de reter na sua superfície moléculas ou iões de um fluido) para conseguir a descontaminação dessas águas.
Os prémios serão entregues hoje no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.