"Em relação aos trágicos acontecimentos de que temos tido notícias, foi decidido pelas três religiões abraâmicas – judaica, cristã e islâmica – fazerem-se orações" em Lisboa, anunciou, em comunicado, o presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Abdool Vakil.
As orações decorrerão sexta-feira (dia de oração para os muçulmanos), pelas 13:15 horas, na Mesquita de Lisboa, sábado (dia de descanso para os judeus) pelas 19.30 horas na Sinagoga de Lisboa e domingo (Dia do Senhor para os cristãos) pelas 10:30 na paróquia de Campolide.
"Esperemos que estas orações[…] sejam, mais uma vez, exemplo de como nos devemos portar neste mundo de diversidade cultural e religiosa a que os nossos Livros Sagrados fazem referência", sublinhou Abdool Vakil.
As orações surgem como uma reacção aos ataques terroristas perpetrados em Paris em nome do Islão.
Os irmãos Said e Cherif Kouachi entraram a 07 de Janeiro na redacção do jornal satírico francês Charlie Hebdo, conhecido pelos seus cartoons polémicos, muitos sobre o Islão e o profeta Maomé, e mataram 12 pessoas.
Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque foram mortos, na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, onde se tinham barricado.
Um dia depois, Amédy Coulibaly iniciou uma escalada de violência, matando a tiro uma agente da polícia e tomando de assalto um supermercado de produtos judaicos, que resultou na morte de quatro reféns e do próprio Coulibaly, abatido pela polícia.
Os ataques foram condenados por organizações muçulmanas de toda a Europa, que garantem não haver lugar para a violência no Islão.
Lusa/SOL