Acontece que todas as vítimas tinham sido objecto de avaliação e de acompanhamento no âmbito do Programa Integrado de Prevenção do Suicídio, disse ao SOL fonte oficial da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP). No entanto, justifica o gabinete de Rui Sá Gomes, “há sempre a possibilidade de haver pessoas que acabam por consumar o acto”, apesar de estarem sob acompanhamento, dado que o suicídio é “um fenómeno de difícil detecção e prevenção”.
Este programa está em vigor em todos os estabelecimentos prisionais e tem como objectivo detectar, “de forma precoce”, sinais e sintomas de alerta/risco de suicídio em reclusos que dão entrada nas cadeias e também sinalizar, de forma “eficiente”, os que, já estando em cumprimento de pena privativa de liberdade, apresentem risco de suicídio. Cada prisão tem uma equipa de observação permanente, composta por elementos da vigilância, da educação e da saúde, que discute “periodicamente” os casos sinalizados.
Em 2014, os suicídios (mais sete do que no ano anterior) ocorreram em 13 dos 49 estabelecimentos prisionais, nos meses de Abril (1), Maio (1), Junho (3), Julho (3), Agosto (3), Setembro (1), Outubro (4) e Dezembro (4).
A DGRSP não quis adiantar quantos destes reclusos estavam em isolamento na própria cela ou em cela disciplinar, garantindo apenas que o médico é “sempre ouvido quando se trata de reclusos que estão a receber tratamento psiquiátrico e que revelem ideação suicida” e, no caso das mulheres, também em casos de gravidez, puerpério ou após interrupção da gravidez. Mesmo os restantes, acrescenta, são objecto de avaliação médica “frequente”.