"Os gregos inventam mil estratagemas para não pagar impostos", disse o jornalista durante a sua reportagem. "Por exemplo, muitos dos gregos que passam a pé diante da casa do antigo ministro da Defesa – comprada com o dinheiro dos subornos do negócio dos submarinos – são paralíticos, ou melhor, subornaram um médico para obter uma certidão fraudulenta de deficiência que lhes permite receber mais um subsidiozinho", acrescentou.
Frases como estas levaram a que o professor de Política Internacional, na Universidade de Coimbra, José Manuel Pureza, reagisse em directo, na própria RTP, à cobertura televisiva das eleições gregas. O professor universitário disse que “infelizmente” não estava a ser cumprida a “missão de serviço público”. Pureza disse ainda que o relato de José Rodrigues dos Santos tinha sido “profundamente insultuoso para com o povo grego”, como se pode ver no vídeo abaixo.
Após estas críticas, as redes sociais encheram-se de críticas ao pivot da RTP1. “Conheço um ditado italiano que se aplica: em boca fechada não entram moscas”, “Jornalismo opinativo, irresponsável e de direita” e “Está-se a falar da cobertura de uma campanha eleitoral. Não haverá especial dever de isenção? Se aquilo for um ensaio para o que se vier a passar nas legislativas portuguesas…” são alguns dos comentários que foram publicados no Facebook.
A resposta de José Rodrigues dos Santos
O jornalista respondeu às acusações através de declarações dadas ao Diário de Notícias (DN): "Foi dito alguma coisa que é falsa? Ou só se podem dizer coisas com que os políticos concordem?", questionou.
"Não cabe aos jornalistas deixar de falar da grande ou da pequena corrupção porque este ou aquele político não gosta. Há quem não goste que se fale do ex-ministro da Defesa preso por corrupção no negócio dos submarinos. Azar, porque eu falo", disse ao DN.
José Manuel Pureza falou ao mesmo jornal, reforçando a ideia de que o trabalho desenvolvido por José Rodrigues dos Santos não se enquadra nos “parâmetros de serviço público”.