Segundo o gestor, 16 milhões dos 27 milhões recebidos foram entregues ao conselho de administração da Escom a título de “bónus pela actividade desenvolvida”. Houve depois cinco milhões distribuídos pelo conselho superior do GES e “por empresas por ele apontadas”. E para a Escom propriamente dita sobrou “muito pouco”, reconheceu, acrescentando: “Foi com o Dr. Ricardo Salgado que se falou sobre essa divisão”.
A deputada Mariana Mortágua confrontou Bataglia com uma eventual contradição com as declarações de Salgado, que disse numa gravação do Conselho Superior do GES que a família estava “rodeada de aldrabões” no negócio dos submarinos. Na resposta, Bataglia apontou o dedo ao ex-presidente do BES: “Passaram 10 anos desde que o Dr. Ricardo Salgado concordou e acertou essa operação. A contradição têm de lhe perguntar a ele. Eu não entendo”.
O presidente da Escom assumiu que ele próprio e os administradores da empresa recorreram ao Regime Excepcional de Regularização Tributária (RERT) para regularizar a situação e pagar menos impostos. Em Dezembro, o Ministério Público arquivou o processo dos submarinos. O inquérito investigou suspeitas de fraude fiscal qualificada, branqueamento e corrupção.