Em comunicado às redacções, o conselho regional Sul da OM aplaude a decisão e garante que estará ao lado dos clínicos que, “resistindo a pressões, coesos nas suas convicções e determinados, defendem os seus doentes”.
Ontem, a administração do Hospital Garcia de Orta – onde este ano já morreram duas pessoas, um homem e uma mulher, no serviço de urgência enquanto esperavam por atendimento – anunciou medidas excepcionais de reforço deste serviço. O hospital vai abrir mais 16 camas de internamento e reforçar as equipas de urgência contratando mais três ou quatro médicos especialistas.
Apesar disso, os sete chefes de serviço, que ontem se reuniram com a administração, mantiveram as suas demissões. "Na sequência de reunião vimos reafirmar a nossa posição demissionária”, afirmam os médicos num comunicado enviado à Lusa. Os responsáveis da urgência explicam que aceitaram participar activamente em reuniões de organização/reestruturação do serviço, mas defendem que ainda não há resultados práticos destas mudanças. Por isso, “a nossa posição mantém-se inalterada", concluem.
Neste processo, a OM não poupa críticas ao ministro da Saúde. No comunicado, alega que na gestão da crise nas urgências Paulo Macedo “revelou mais uma vez a sua incapacidade para compreender a importância das suas funções e aludiu a uma velada desresponsabilização daqueles que se demitem”. Mas estes médicos não se demitiram da sua responsabilidade, defende, já que “estão a trabalhar, empenhados e decididos a garantir melhores condições de trabalho e os melhores cuidados”.
O organismo garante que continuará “atento” a este processo e manifestará a sua “oposição frontal a quaisquer medidas de cosmética que foram tomadas para o resolver”.