Ministra das Finanças: Impostos só baixam com redução da despesa

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse ontem que só vai ser possível baixar os impostos quando houver uma redução estrutural na despesa e sublinhou que o ano de 2015 começou melhor do que o esperado.

Ministra das Finanças: Impostos só baixam com redução da despesa

Num discurso no âmbito das quintas jornadas "Consolidação, Crescimento e Coesão" do Partido Social Democrata (PSD), a governante recordou que a execução orçamental de 2014 foi conseguida "dois terços á custa da despesa e um terço à custa da receita".

"Cá estamos a chegar onde queríamos: reduzir mais na despesa do que aumentar na receita. Porque enquanto não reduzirmos estruturalmente na despesa, não vamos poder baixar os impostos, as taxas de imposto, que é claramente algo que queremos fazer", disse Maria Luís Albuquerque perante uma sala cheia no Porto.

A ministra realçou que dar boas notícias é sempre "mais fácil", mas que, neste momento, "os portugueses, hoje, têm é de sentir as boas notícias".

"Todos nós que andamos na rua, sentimos que há mais confiança, sentimos que as pessoas estão mais leves, sentimos que há mais consumo, sentimos que há mais carros na estrada", declarou.

Num discurso em que não abordou directamente o tema da Grécia, Maria Luís Albuquerque disse esperar conseguir que "o ministro das Finanças e as contas públicas sejam um tema bem menos apaixonante na próxima legislatura", isto porque os ministros das Finanças, "quando as coisas correm bem, são pessoas que não têm importância nenhuma".

"Sem trabalho, sem consistência, sem cumprimento de regras não podemos querer ter os benefícios de estar na União Europeia, de estar no euro, de ter parceiros comerciais, de ter acessos a mercados e de ter uma ambição legítima de uma vida melhor", afirmou Maria Luís Albuquerque.

A ministra acrescentou ainda: "Somos ensinados desde pequeninos que não se pode ter tudo e frequentemente achamos que é muito injusto, que nada se faz sem trabalho e depois curiosamente alguns chegam a adultos e esquecem-se e acham que é possível ter tudo".

Lusa/SOL