“Estou incrivelmente angustiado por deixar os meus colegas para trás”, afirmou no domingo Peter Greste, o primeiro a ser libertado entre os três jornalistas detidos há mais de um ano sobre a acusação de colaborarem com a então já banida Irmandade Muçulmana. As detenções ocorreram durante os protestos dos apoiantes do partido islamista de Mohamed Morsi, Presidente eleito nas urnas que acabara de ser deposto por um golpe militar.
Greste, que tem nacionalidade australiana, considerou a sua libertação “um grande passo em frente” para o Egipto, deixando um apelo para que o país “continue nesse caminho”, através da libertação dos colegas.
A oportunidade surgiu depois de, no primeiro dia do ano, um tribunal egípcio ter anulado as sentenças que haviam condenado os jornalistas a penas de entre 7 a 10 anos de prisão, ordenando a realização de um novo julgamento. Apesar de não haver datas previstas, o caso voltou ao debate político, com a BBC a avançar que membros da acusação reconheceram haver falhas graves nos primeiros veredictos.
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