Guerra de cervejas ‘levanta espuma’ nos Estados Unidos [vídeo]

A oposição entre o tradicional e o industrializado, entre o ‘diferente’ e o ‘sempre igual’, é uma constante nos mercados de todo o mundo. O sector das cervejas não é excepção, com os Estados Unidos a terem nos supermercados algumas marcas gigantes de consumo em massa lado a lado com centenas ou milhares de outras…

O anúncio ‘Brewed the hard way’ exalta o facto de a marca ter um produto de grande consumo, que é “feito para beber e não para dissecar”, passando a imagem de que os ‘apreciadores’ de cerveja não passam de hipsters pseudo-intelectuais. “Deixem-os bebericar a sua cerveja de abóbora e pêssego”, continua o vídeo publicitário, “nós vamos continuar a fermentar umas jolas douradas”.

Os fabricantes de cerveja artesanal, uma arte muito presente em várias cidades americanas, com centenas de empresas de pequena ou média dimensão, ficaram indignados com o anúncio e passaram à carga. Um deles, a Abita Brewing, do Louisiana, lançou o seu próprio vídeo, que inverte os pressupostos do da Bud, lembrando que fez uma cerveja de abóbora e pêssego “e era boa, bem boa”.

Até a Miller, outra gigante e concorrente da Bud com as suas marcas Miller e Coors, entrou na batalha com um cartaz em que diz que todas as cervejas merecem atenção, lançando o slogan ‘Nós estamos pela cerveja’.

Curiosamente, no seu anúncio a Bud acaba por criticar-se a si própria, de certa forma. É que a multinacional que detém a marca americana, a Anheuser-Busch InBev, comprou há duas semanas uma fábrica de Seattle, a Elysian, que faz 18 tipos de cerveja e em menos de 20 anos (foi fundada em 1996) já criou 350. No catálogo actual da ‘parceira’ da Budweiser há sabores como abóbora, abóbora/café, pêra picante ou gengibre/frutos vermelhos.