TV nacionais usam drones antes da CNN

“Está a tornar-se um lugar comum”, diz José Alberto Carvalho, pivô do Jornal das 8 e actualmente presidente do Comité Editorial da TVI. Na SIC, a captação de imagens através destes pequenos helicópteros  comandados por um operador em terra é usada nas reportagens principais do Jornal da Noite de domingo. A informação da RTP também…

Mas se os departamentos de informação das televisões generalistas usam as imagens de drones com alguma parcimónia, na área de programas há uma exploração muito maior. Veja-se a utilização em festivais de música, na cobertura de grandes eventos (como maratonas) ou em imagens aéreas para telenovelas, séries e autopromoções. A SIC usou um drone, por exemplo, para captar momentos das estrelas a desfilarem na 'passadeira vermelha' da gala dos Globos de Ouro, no Coliseu, em Maio do ano passado.

Tudo isto é um passo muito à frente em relação à realidade norte-americana, onde só há umas semanas a administração Obama autorizou a CNN a testar a utilização de drones nas suas reportagens. Mesmo assim, a nova operação da CNN será feita em associação com o Georgia Tech Research Institute como base para ser criada legislação.

Nos EUA, os drones – mesmo os recreativos – só podem ser usados em áreas desabitadas e com restrições, devido às  ameaças terroristas. Refira-se que uma semana após a autorização dada à cadeia noticiosa foi encontrado um drone caído nos jardins da Casa Branca, de um modelo vendido em grandes superfícies, o Phantom.

Em Portugal e na União Europeia não existem leis específicas. José Manuel Portugal, director de informação da RTP, defende uma utilização muito cautelosa: “Só usamos drones em sítios onde, em caso de queda, não coloque ninguém em perigo. Não filmaremos uma multidão, isso é óbvio”.  No directo feito no 25 de Abril, com uma fragata no Tejo, foram recolhidas imagens por um drone a voar “mas sobre a água, sem risco”. “E numa reportagem sobre o TGV filmámos os carris na lezíria ribatejana”.

A TVI também usa drones quando isso é considerado “uma mais-valia do ponto de vista informativo”. “A perspectiva aérea sobre Aushwitz, que esta semana vimos, deu-nos uma compreensão e teve um impacto que não existiria com uma câmara na mão”, exemplifica José Alberto Carvalho.

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