Internistas pedem criação urgente de plano nacional para a Hepatite C

Em plena polémica sobre a falta de acesso dos portugueses a um medicamento que pode salvar a vida de muitos portugueses com hepatite C, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) veio hoje defender publicamente que é urgente e obrigatório fazer “um plano nacional” para a doença.

Segundo os peritos, é preciso “garantir a equidade de acesso ao tratamento” e “pôr fim às decisões individuais de cada hospital”.

“Não pode prever-se com segurança a evolução de cada doente, pelo que todos devem ser considerados candidatos ao tratamento, embora a dificuldade de acesso à melhor terapêutica possa impor a priorização dos mais graves”, explicam num comunicado emitido depois de Paulo Macedo ter sido hoje confrontado no Parlamento, onde falava na comissão parlamentar de Saúde, por dois doentes e ainda pelo filho de uma senhora que morreu no final do ano, enquanto esperava que o Estado autorizasse o medicamento que precisava.

Os especialistas do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da SPMI garantem ainda que “os novos fármacos apresentam um custo-efectividade dentro dos parâmetros até aqui aceites” e defendem que “poderíamos assegurar a cura de mais de 90% dos doentes com hepatite C, em cinco anos, com menos do que se gasta num ano com o tratamento da infecção VIH (mais de 220 milhões de euros)”.

catarina.guerreiro@sol.pt