De facto, precisamente quando os gregos (o primeiro-ministro Tsipras e o ministro das Finanças Varoufakis) andam a negociar, aparentemente em tom cordato e acessíveis a um acordo (segundo se lê na imprensa internacional e se depreende das figuras com que se vão encontrando (italianos, franceses, britânicos), caiu a bomba do BCE: vai deixar de aceitar a dívida pública grega como garantia de empréstimos aos Bancos do Pais.
O mesmo jornal que deu a notícia online, o Finantial Times, qualifica a medida com o pressão sobre Atenas.
Como os líderes europeus ainda não perceberam que este género de pressões funcionam normalmente ao contrário, o perigo deste esticar de corda não é já apenas para a Grécia, mas para toda a zona euro. Se Atenas se sentir forçada a sair da zona euro, todos os membros da moeda levarão por tabela, a começar por nós (apesar de parecer que ainda ninguém deu por isso no nosso Governo).
Entretanto, o novo Executivo de Atenas já conseguiu muito dentro da UE: basta atentar na posição favorável da Comissão e do Conselho da Zona Euro (mesmo não tendo ainda o beneplácito da Alemanha) a acabar com a troika de técnicos, cujos maus conselhos e péssimos resultados só agora são reconhecidos. Finalmente, o ver que a Alemanha está isolada (embora não ainda vencida) num assunto, actualmente, é outro grande avanço dentro da UE, que devemos à nova situação na Grécia.