Mas até que ponto é que estes filmes afectaram e continuam a afectar a nossa vida? Muitos de nós provavelmente sabemos (e estudos científicos comprovam esta questão) que nos influenciam não só no que toca a expectativas e as crenças sobre os relacionamentos, bem como na maneira como olhamos para as relações.
Para ‘bloquear’ estas interferências, a psicóloga Leslie Becker-Phelps, através do site WebMD, aconselha-nos a prestar mais atenção à mensagens que são enviadas através destes filmes e à maneira como eles influenciam a nossa vida amorosa, em particular nestes três pontos:
1. Crenças sobre o amor
Muitas das crenças das pessoas em relação ao amor são ‘pré-fabricadas’, isto é, não correspondem à realidade e funcionam tipo ‘bomba-relógio’ na sua relação. Por exemplo:
1.1 – A procura do “homem/mulher perfeito/a”: quando as pessoas acreditam que o seu companheiro e que o amor que sentem um pelo outro é perfeito acabam por ignorar os problemas que começam a aparecer.
1.2 – Acreditar que o amor vai durar para sempre e que vai curar todos os problemas: isto pode levar as pessoas a não darem valor ao relacionamento ou a ignorarem os problemas.
1.3 – Acreditar que só há ‘o/a tal’: quando as pessoas acreditam que estavam na relação com ‘o tal’, têm dificuldade em continuar com a sua vida.
2. Tratar-se a si mesmo e ao seu companheiro como um objecto
Todos aqueles jogos de conquista e sedução são considerados, por muitos, como uma parte essencial na conquista do companheiro. Mas lembre-se: o ‘prémio final’ não é ter vários encontros com essa pessoa e sim apreciar o tempo que passa com ela e fazer com ela goste de si por aquilo que é. Isto só acontece se houver um investimento sério, com sentimentos genuínos e sem tratar a pessoas como um objecto de conquista.
3. Manter o relacionamento
Os relacionamentos dos filmes são retratados de modo a serem apelativos ao público e, consequentemente, tendem a ignorar aquilo que acontece diariamente numa realação e que faz com que elas funcionem.
Muitos destes filmes chegam mesmo a mostrar comportamentos destrutivos como algo "normal". Por exemplo, aquilo que é caracterizado como uma cena engraçada ou dramática num filme, pode ser extremamente prejudicial se for passada para o mundo real.
Em suma, não tem mal nenhum ver filmes românticos, mas não se deixe absorver por aquilo que eles transmitem e, principalmente, não deixe que eles influenciem o seu “relacionamento real”.