"O julgamento na praça pública é uma condenação antes de tempo que ninguém merece", afirmou Carlos Silva, após visitar o antigo líder socialista no Estabelecimento Prisional de Évora, acompanhado pelo ex-líder da UGT João Proença e por Rui Oliveira e Costa.
Carlos Silva referiu que "não deveria nem pode haver, numa democracia consolidada ao fim de 41 anos, uma decisão na praça pública sem efetivamente uma condenação" pela justiça, considerando que "é o que aqui se está a tentar fazer".
"Ninguém está acima da lei. Como qualquer cidadão, somos todos presumivelmente inocentes até prova em contrário", assinalou o líder da central sindical.
Defendendo que "a justiça deve ser célere na elucidação deste caso", Carlos Silva observou que "o que está a acontecer é que o tempo vai-se arrastando".
O antigo secretário-geral da UGT João Proença manifestou a mesma opinião, considerando que "estas questões julgam-se na justiça e não se julgam na praça pública, onde as pessoas não se podem defender".
"Compreendemos dificilmente como, antes de se fazer justiça, se pretende condenar na praça pública uma pessoa sem lhe dar condições de se poder defender", realçou, acrescentando ser "inaceitável" a "fuga sistemática ao segredo de justiça".
A 21 de novembro, o antigo líder do PS e ex-primeiro-ministro foi detido e, após interrogatório judicial, ficou em prisão preventiva, por o juiz considerar existir perigo de fuga e de perturbação da recolha e da conservação da prova.
José Sócrates está indiciado dos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, num processo que envolve outros arguidos, incluindo o empresário e seu amigo Carlos Santos Silva, também em prisão preventiva.
Lusa / SOL