Personalidades como Stephany Griffith-Jones, conceituada especialista da Universidade de Columbia, autora de várias obras sobre este tipo de problemas – entre as quais uma sobre a crise das dívidas soberanas na América Latina nos anos 80, cujas soluções levaram a resultados muito semelhantes aos da Grécia – ou o francês Jacques Sapir, defensor da “desglobalização” e perito na economia russa, assinam o documento.
O manifesto dá razão ao governo grego, pode ler-se, “porque as políticas europeias aplicadas até agora são um fiasco total e não trouxeram nem recuperação económica, nem estabilidade financeira, nem empregos, nem sequer investimento estrangeiro directo”, contrariando, por isso, todas as medidas dos pacotes de auxílio. E aponta soluções no plano imediato, como um “aumento do salário mínimo, restauração do emprego e medidas que permitam desde logo restaurar serviços básicos como a saúde e a educação”.
A continuarem as tentativas de solução aplicadas até agora, defendem os economistas, a dívida, de tão insustentável, “nunca será reembolsada aconteça o que acontecer” e a perspectiva da UE sobre a Grécia representa um “fracasso moral, político e económico do projecto europeu”. O manifesto antecede uma das reuniões mais importantes deste périplo inicial por vários países europeus do primeiro-ministro Alexis Tsipras e do ministro das finanças Yanis Varoufakis, o encontro de ministros das finanças da Zona Euro no próximo dia 11 em Bruxelas. Várias cidades europeias já se mobilizam para manifestações de apoio, a começar por Barcelona, que hoje se mobiliza em frente à sede local da Comissão Europeia.