"Eu acho que esta é uma das últimas oportunidades", disse à imprensa Hollande, de volta à França após negociações que se prolongaram na sexta-feira à noite, em Moscovo, com o presidente russo, Vladimir Putin, e a chanceler alemã Angela Merkel.
"Se não conseguirmos encontrar um acordo de paz duradouro, sabemos perfeitamente o cenário: ele tem um nome, é chamado de guerra", advertiu o presidente francês.
Por seu lado, a chanceler alemã, Ângela Merkel, mostrou-se hoje pouco optimista acerca do sucesso da iniciativa franco-alemã de paz para a Ucrânia.
Na Conferência de Segurança de Munique, a chanceler alemã disse hoje que a entrega de armas ao exército ocidental ucraniano não ajudaria a resolver o conflito entre separatistas pró-russos e Kiev.
"Acredito firmemente que este conflito não pode ser resolvido militarmente (…). O progresso que a Ucrânia precisa não pode ser alcançado com mais armas", disse, enquanto vários participantes na conferência enfatizaram a necessidade de ajudar a Ucrânia entregando-lhe armas para enfrentar os separatistas apoiados por Moscovo.
"Eu não vejo como um melhor equipamento do exército ucraniano pode impressionar Putin, a ponto de [o presidente russo] imaginar vir a perder militarmente", disse.
O Presidente francês e a chanceler alemã reuniram-se em Moscovo com o chefe de Estado russo, durante perto de cinco horas, para tentar chegar a um acordo sobre a crise na Ucrânia e terminar os combates, tendo ficado acordado elaborar um texto para um futuro plano de paz.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, os contactos para a elaboração do texto vão continuar no domingo por telefone entre os três líderes e o presidente ucraniano, Petro Porochenko.
A iniciativa de paz franco-alemã, apoiada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, decorre 10 meses após o início do conflito que já fez pelo menos 5.300 mortos e que provocou uma crise internacional.
A 51.ª edição da Conferência de Segurança de Munique, que se iniciou na sexta-feira e decorre até domingo, tem como tópicos centrais o colapso da ordem internacional, tendo em conta a crise na Ucrânia e as suas implicações na segurança europeia.
Lusa/SOL