“A todos, se receberem esta carta, significa que ainda estou sob sequestro mas que os meus companheiros de cela foram libertados. Pedi-lhes para vos contactar + enviar-vos esta carta. É difícil saber o que vos escrever”
Kayla, de 26 anos, refere que estava naquele momento “num local seguro". Dizia-se "ilesa e mais saudável" – "ganhei peso, até”, escrevia – e que estava a ser tratada “com o maior respeito e bondade”.
“Só de pensar em vocês não consigo parar de chorar”, pode ler-se. A jovem dizia ainda que a única dor que sentia durante o encarceramento era a de saber de "todo o sofrimento" pelo qual a família estaria a passar. "Nunca vos vou pedir perdão pois sei que não o mereço”, escreveu.
“No meio da escuridão, descobri a luz e aprendi que até na prisão uma pessoa pode ser livre. Estou grata. Percebi que há bondade em todas as situações, às vezes é só preciso procurar”, disse.
Kayla afirmava ainda ter saudades da família, como se já não a visse "há dez anos". E pedia para os pais não entrarem em diálogo com o grupo terrorista: “NÃO QUERO que as negociações para a minha libertação sejam vosso dever. Se houver outra opção, não hesitem, mesmo que demore mais tempo”.
A americana terminava numa nota positiva, de esperança: “[…] Saibam que tenho estado a lutar da maneira que consigo, tenho ainda muita luta dentro de mim. Não vou desistir, independentemente do tempo que demore”.
A missiva encerra com a jovem a pedir à família para se manter paciente: “Não temam por mim, continuem a rezar e, com a vontade de Deus, havemos de estar juntos em breve”.
Kayla acabou por morrer nos últimos dias. Segundo o EI, devido a um bombardeamento da aviação da Jordânia. De acordo com a coligação internacional anti-terrorista, executada pelos terroristas. A data e as circunstâncias da morte permanecem por isso envoltas em mistério.
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