"Esta melhoria verificou-se num contexto de reforçada liquidez e de favoráveis níveis de adequação dos capitais próprios", salientou em comunicado a entidade liderada por José de Matos.
Uma série de factores extraordinários pesou sobre os resultados do banco estatal, nomeadamente, o reconhecimento de custos de imparidades associadas à exposição ao Grupo Espírito Santo (GES), o esforço de provisionamento ocorrido na sequência dos exames ao sector feitos pelo Banco Central Europeu (BCE), e o impacto líquido da anulação de impostos diferidos decorrente da redução da taxa de IRC, que ascendeu a 85 milhões de euros.
"Não obstante o significativo esforço de provisionamento, os custos associados a provisões e imparidades registaram em 2014 uma redução de 15,6% face ao ano anterior, totalizando 949,6 milhões de euros", sublinhou o banco.
O resultado bruto de exploração cresceu cerca de 32% para 410,8 milhões de euros, com a CGD a destacar "os contributos da actividade internacional e da banca de investimento", que cresceram 59% e 40%, respectivamente.
O custo do risco de crédito situou-se em 1,18% em 2014, que compara com 1,06% em 2013, sendo inferior ao pico máximo de 1,24% registado em 2012.
Já a cobertura do crédito vencido por imparidades foi reforçada de 99,9% (2013) para 102,3% (2014).
"A margem financeira registou, apesar da redução das taxas Euribor, uma evolução positiva no ano, tendo terminado 2014 com um crescimento de 15,7%" para 988,7 milhões de euros, realçou a CGD.
Segundo o banco público, "a evolução da margem reflecte, porém, o impacto na actividade económica do comportamento dos mercados financeiros e do estreitamento dos 'spreads' de crédito, num enquadramento de melhoria da percepção de risco da economia portuguesa".
Quanto às comissões líquidas, houve um ligeiro aumento de 0,3% para 515 milhões de euros.
Os resultados de operações financeiras totalizaram 201,7 milhões de euros, "em resultado da negociação e de gestão das carteiras de activos, num contexto de valorização, em particular na componente da dívida pública portuguesa", sublinhou a CGD.
O produto da actividade bancária subiu 1,4% para 1.738,4 milhões de euros.
No que toca aos custos operativos, dada a manutenção da "política de racionalização operativa e aumento da eficiência que o Grupo tem vindo a levar a cabo, os custos operativos mantiveram uma tendência descendente, diminuindo 5,4% face ao ano anterior, com destaque para nova redução dos custos com pessoal (-8%)".
O indicador 'cost-to-income' decresceu para 75,5% em 2014, comparando com 81,6% em 2013, "reflectindo quer a redução dos custos, quer a melhoria do produto bancário", assinalou o banco estatal.
O activo líquido baixou quase 12% em termos anuais para 100,2 mil milhões de euros com o crédito a clientes (líquido) a cair 4,5% para 66,9 mil milhões de euros e os recursos de clientes a subirem 4,9% para 71,1 mil milhões de euros. Dentro destes, conta-se o montante global dos depósitos.
A explicar a queda do crédito a clientes está a significativa redução do crédito ao Sector Empresarial do Estado "na sequência de um assinalável fluxo de amortizações antecipadas (cerca de 900 milhões de euros), já que começou a verificar-se um maior dinamismo nos fluxos de crédito às empresas não financeiras privadas, excluindo construção e actividades imobiliárias", revelou a CGD.
Já a nova produção de crédito à habitação registou um aumento de 16,4% face a 2013.
A quota de mercado do banco estatal no crédito a empresas situava-se em 17,8% em Novembro, enquanto que no segmento dos depósitos de clientes, "acentuou-se a liderança da CGD", referiu a entidade, com uma subida de 27,6% em 2013 para 28,6% em 2014, com a quota no segmento de particulares a atingir os 32,4%.
Os rácios 'common equity tier 1' (CET1) ascenderam, no final do ano passado, a 10,8% (disposições transitórias) e a 9,7% (implementação definitiva).
Considerando a adesão da CGD ao Regime Especial aplicável aos Activos por Impostos Diferidos, os referidos rácios seriam de 10,9% e 10%, respectivamente.
Lusa/SOL