O grupo português ISQ participou nos ensaios de qualificação do escudo térmico do IXV, uma veículo experimental não tripulado da ESA-Agência Espacial Europeia, que é na quarta-feira lançado para o espaço.
O novo IXV-Intermediate Experimental Vehicle contou "praticamente desde o seu início com uma forte participação portuguesa", indica em comunicado o ISQ, acrescentando que uma equipa de 30 engenheiros da empresa esteve envolvida neste projecto.
Em causa, estiveram os ensaios de desenvolvimento de um escudo térmico não ablativo, considerado "a principal inovação" da nova mini-nave espacial, o que implicou 15.000 horas de trabalho e um investimento de cerca de dois milhões de euros do grupo português, informa este.
A principal função dos escudos térmicos é protegerem os respectivos veículos de temperaturas muito elevadas, como aquelas que são geradas pela entrada de uma nave espacial na atmosfera terrestre.
"Ganhámos um conjunto de competências e de credibilidade neste mercado que vão reforçar as nossas vantagens competitivas e abrir a porta a projectos internacionais mais ambiciosos nas mais diversas áreas", afirma o responsável pelo desenvolvimento do mercado aeroespacial no ISQ, Paulo Chaves, citado em comunicado.
De acordo com o grupo, os "cinco anos de intensa presença" no projecto incluíram a participação nas diferentes fases de elaboração da tecnologia do sistema de protecção térmica do veículo da ESA, o que passou pela utilização de vários laboratórios do grupo em Portugal.
Por outro lado, o ISQ colaborou também na preparação do lançamento agendado para o dia de hoje, no Centro Espacial Europeu, em Kourou, na Guiana Francesa.
"Neste processo, estiveram envolvidos cerca de 20 técnicos em Portugal e mais seis em Kourou", adianta.
O voo do IXV tem como objectivo testar a reentrada na atmosfera terrestre de veículos em órbita baixa e deverá atingir uma altitude superior a 400 quilómetros, com uma velocidade de 7,5 km por segundo, informa a empresa.
Segundo o ISQ, a concretização do novo projecto possibilita "a validação de tecnologias para futura utilização", por um lado, mas também "reafirma a vontade europeia de manter um acesso independente ao espaço, face às restantes potências mundiais".
Lusa/SOL