"Veterano de muitas redacções, mas sempre com uma resistência que parecia inesgotável, ajudou a formar várias gerações de jornalistas, com o espírito crítico e rigoroso com que lia e corrigia todos os textos que lhe passavam pelas mãos, sempre focado no rigor e elegância da escrita, a coerência das informações e a vigilância no cumprimento dos princípios deontológicos da profissão", indica a publicação na sua página na Internet.
Daniel Ricardo, nascido em 1941, desempenhava actualmente funções de editor executivo do gabinete editorial da Visão e deixa uma "profunda saudade" na redacção da revista.
A Visão lembra que Daniel Ricardo entrou para o jornalismo em Fevereiro de 1968, quando interrompeu o curso de Direito da Universidade de Lisboa, onde estava no 4.º ano, para ingressar no jornal A Capital.
Poucos anos depois, de acordo com o perfil disponível na página Internet da revista, passou a desempenhar funções de chefia.
Nessa época, trabalhou, como repórter, nas revistas Flama e Século Ilustrado, e foi ainda chefe de redacção do Diário de Notícias, editor de O Diário, chefe de redacção e director adjunto do jornal Sete, e editor-chefe de O Jornal.
Em 1993 fez parte da equipa fundadora da Visão, onde se manteve até ao fim, tendo sido o autor do livro de estilo da revista (como já tinha escrito o dos do Diário e O Jornal).
Daniel Ricardo era também membro do secretariado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.
A Visão recorda que o jornalista tinha a carteira profissional número 78, sendo "um dos mais antigos da profissão" em Portugal.
Ao longo da sua carreira, Daniel Ricardo desenvolveu também "uma intensa actividade como mestre e professor de jornalismo": logo em 1978 começou a dar aulas de jornalismo no ensino secundário e, a partir de 1990, passou a dar formação no Cenjor (Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas).
Daniel Ricardo morreu esta manhã no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e os detalhes em torno do funeral não são ainda revelados pela Visão.
Lusa/SOL