Sim, mas só até 17 de Julho. Nesse dia abre a primeira unidade hoteleira gerida com a ajuda de robots. É no Japão, no parque temático Huis Ten Bosch, que recria uma vila holandesa perto de Nagasaki. Chama-se Henn-na Hotel, que a imprensa internacional diz que, em japonês representa ‘mudança’. E terá 72 quartos.
Aqui, embora também haja supervisores de carne e osso, grande parte dos funcionários serão robots. Ou melhor, actroids, uma espécie de fusão entre actores e andróides, devido à sua aparência bastante humana.
Segundo a empresa responsável pelo projecto, a Huis Ten Bosch, no hotel Henn-na serão estes robots a dar as boas-vindas aos hóspedes, a carregar as bagagens, a ajudar nas limpezas e até a fazer o check-in. Na recepção haverá três actroids com traços e maneirismos semelhantes aos de uma jovem rapariga japonesa, capazes de falar chinês, coreano e inglês, além de japonês. Mas também com habilidade para gesticular, pestanejar, manter uma conversação e até adaptar a sua linguagem corporal e tom de voz consoante o perfil do cliente. O respectivo uniforme também foi desenhado para parecerem pessoas.
"Compromisso com a evolução" é o lema deste hotel, que os proprietários planeiam alargar. Em 2016 está prevista a conclusão da segunda fase, com mais 72 quartos, noticia a CNN.
"Vamos fazer o hotel mais eficiente do mundo", garante o presidente da Huis Ten Bosch, Hideo Sawada, citado pelo canal norte-americano, assumindo que quer estender este modelo de negócio a mais hotéis pelo mundo.
Além dos robots, há mais tecnologia neste hotel. Em vez de chaves ou cartões plásticos, as portas dos quartos vão abrir-se através de reconhecimento facial. O sistema de climatização será automaticamente ajustado com base na monitorização da temperatura corporal dos hóspedes. E os pedidos para o serviço de quartos serão feitos através de tablets. Haverá também uma grande aposta nas energias renováveis para reduzir custos.
Daí que, além de futurista, o Henn-na também se posicione como low cost. Os preços variarão conforme a procura e fala-se da hipótese de leiloar quartos na época alta, ainda que nesse caso haja um limite máximo para o valor das licitações. Para já, um quarto single custará 7.000 ienes por noite (52 euros, à cotação actual).
A tendência de usar robots na hotelaria parece estar a fazer caminho e até já se fala do conceito robotels (ou robotéis, em português).
Em Agosto, a cadeia Aloft, do grupo Starwood, começou a usar o A.L.O, um robot de última geração, no hotel Aloft Cupertino, na California. Mas, neste caso, este mordomo – hi tech, mas vestido a rigor – apenas desempenha tarefas como levar artigos aos quartos.