A U.S. Postal abriu o concurso no final de Janeiro e espera propostas até ao início de Março, devendo as viaturas começar a distribuir correio apenas em 2018. No entanto, já há alguns pormenores do negócio que deixam marcas como a Ford, a Mercedes-Benz ou a Ram a salivar. Segundo a Automotive News, a empresa de correios está disposta a pagar entre 25 mil e 35 mil dólares por viatura, o que permite antever uma receita de 4,5 a 6,3 mil milhões de dólares (3,96 a 5,55 mil milhões de euros, ao câmbio actual).
Mas para atingir esse patamar, é preciso ter atenção algumas especificações, como câmaras para marcha-atrás ou acesso fácil ao banco do condutor ou à bagageira. Por outro lado, apesar de nos Estados Unidos se conduzir do lado direito da estrada – como em todos os países europeus excepto o Reino Unido e a Irlanda – o volante da maior parte das carrinhas da U.S. Postal está do lado direito, para facilitar a saída do carro e as entregas. O consumo de combustível também é importante, já que a empresa gasta mais de 550 milhões de litros por ano.
O carro que a U.S. Postal pretende substituir com mais urgência é o Chevrolet/Grumman LLV, um modelo específico para os correios, de aspecto ‘quadradão’, que começou a ser fabricado em 1987. Até 1994 foram colocadas ao serviço 140 mil unidades dessa carrinha e em 2018 a maioria já terá ultrapassado o tempo de vida previsto – 24 anos inicialmente, que passaram a 30 anos em 2009.
Com uma frota estimada em perto de 220 mil veículos, e uma previsão de contrato para 180 mil carros, qualquer que seja a construtora a vencer o concurso U.S. Postal, terá um salto enorme nas vendas. Para se ter uma ideia, 180 mil é mais do que todos os veículos vendidos em Portugal no ano passado, ligeiros ou pesados, de passageiros ou de mercadorias. É também o mesmo que dar um carro a cada habitante da cidade de Vila Nova de Gaia, ou de todo o concelho de Braga, independentemente de ser recém-nascido ou octagenário.