Numa conferência de analistas, o conselheiro delegado do banco catalão, Gonzalo Gortázar, assegurou que esta transacção pressupõe um movimento "lógico" na estratégia do CaixaBank, dado o seu "profundo conhecimento" do BPI.
O CaixaBank entrou no capital do BPI há vinte anos e é actualmente o principal accionista, com 44,1% das acções.
O CaixaBank anunciou hoje a intenção de adquirir a maioria do capital do BPI por 1,329 euros por acção, num total de 1,082 mil milhões de euros.
Na conferência, Cortázar afirmou que a actual equipa directiva do BPI tem a confiança do CaixaBank, já que demonstrou bom desempenho durante "estes tempos difíceis".
Dentro do sector financeiro português, o BPI é a entidade que saiu melhor preparada dos testes de stresse feito pelas instituições europeias, embora tenha encerrado 2014 com perdas de 161 milhões de euros, contrastando com os ganhos de 67 milhões do ano anterior.
Gonzalo Gortázar mostrou-se convencido de que esta operação oferece importantes sinergias para acelerar a recuperação da eficiência do BPI e da sua rentabilidade em Portugal.
Neste sentido, o director financeiro do CaixaBank, Javier Pano, situou em cerca de 100 milhões de euros o objectivo de sinergias antes de impostos para 2016 e de 130 milhões em 2017.
O CaixaBank destacou que esta é uma operação de "baixo risco", já que o BPI passou nos testes de stresse com facilidade.
O banco catalão conta com quatro membros no Conselho de Administração do banco português, seguindo-se a empresária angolana Isabel dos Santos, através da Santoro, com 18,6%, e o Grupo Allianz, com 8,4%.
O CaixaBank estima que a oferta, que será registada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) assim que se recebam as aprovações regulatórias pertinentes, "se completará durante o segundo trimestre de 2015".
A operação foi concertada com o BPI, segundo disse à Lusa fonte do banco espanhol.
Lusa/SOL