Segundo fontes do mercado, citadas pelo El País, a instituição catalã vai avançar com uma oferta condicionada ao controlo de mais de metade dos direitos de voto, que estão neste momento limitados a 20%.
Actualmente, o La Caixa detém 44,1% do capital do banco liderado por Fernando Ulrich. No entanto, os estatutos do BPI limitam os direitos de voto do Caixabank a 20%. Ao condicionar o sucesso da oferta a mais de metade dos direitos de voto, o grupo catalão exige uma alteração dos estatutos do BPI, a realizar-se em assembleia-geral de accionistas, escreve o jornal espanhol.
Considerando a cotação de mercado desta segunda-feira, o BPI está avaliado em 1.520 milhões de euros. O jornal espanhol não revela o preço da oferta, mas garante que a entidade presidida por Isidro Fainé prevê pagar a contrapartida em dinheiro.
De acordo com a análise efectuada pelo El País, o Caixabank poderá tornar-se o quarto maior banco português, ao controlar uma entidade com 42.600 milhões de activos, depois da CGD, Novo Banco e BCP.
De acordo com as fontes contactadas pelo jornal espanhol, o Caixabank está há meses a trabalhar nesta operação. “O Caixabank reforçará os recursos próprios do banco e poderá lançar-se à compra do Novo Banco”, explica o El País. Recorde-se que o BPI passou à segunda fase da compra do Novo Banco. O Caixabank chegou a garantir, no final do ano passado, apoiar o banco de Ulrich na corrida pela instituição que ficou com os activos saudáveis do BES.
Desde 2010, o Caixabank comprou cinco bancos: Caixa Girona, Bankpyme, Banca Cívica, Banco de Valencia e o negócio do Barclays em Espanha.
Além do Caixabank, Isabel dos Santos é accionista do BPI com cerca de 20% e a Allianz é o terceiro maior accionista com cerca de 8%.