Considerado o oitavo governante mais rico do mundo – apesar de a maioria do seu povo viver abaixo do limiar da pobreza – e também um dos mais corruptos, Obiang conseguiu assim ‘mostrar’ as belezas do seu país ao mundo inteiro, no mega mediático desfile do Sambódromo. Sob o tema ‘Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade’, o bloco da Beija-Flor conseguiu a sua 13.ª vitória da história, com 269,9 pontos, em 270 possíveis, superando em quatro décimas a escola do Salgueiro.
A controvérsia em torno do financiamento e da ‘exaltação’ de um país que vive num regime ditatorial já foi, entretanto, desvalorizada por elementos da ‘bateria’ vencedora. Enquanto um dos seus membros, Fran-Sérgio Oliveira, disse ao Globo que o Governo de Obiang apenas forneceu “apoio cultural”, já o presidente da escola, Farid Abraão, frisou que a política não foi chamada para o desfile: “A gente pegou um enredo para falar de um país africano, um país que até então muita gente não conhecia. Nossa questão aqui é Carnaval. O regime não nos compete”.