Recorde-se que, na entrevista que concedeu por escrito à SIC, no passado dia 3, José Sócrates admitiu que ele próprio já tinha manifestado o desejo de ser ouvido a este respeito, referindo-se à conversa que teve, em Maio de 2014 (seis meses antes de ser detido) com Afonso Camões, então administrador da agência Lusa, que o avisou que estaria a ser investigado. "Tenho bem presente essa conversa com Afonso Camões. (…) Essa conversa ganha, hoje, outra relevância, tendo em conta o que entretanto se passou. Desejo contar essa pequena história mas quero fazê-lo, em primeiro lugar, no sítio próprio: no processo, já aberto, de violação do segredo de justiça. Tendo já comunicado à Sra. Procuradora Geral esta minha disponibilidade, aguardo que me convoquem para prestar declarações".
Recorde-se também que, em Janeiro passado, o líder da extinta Frente Nacional, Mário Machado, apresentou uma queixa-crime contra Sócrates, alegando que este violou o segredo de Justiça nas respostas que concedeu à TVI, na primeira entrevista por escrito a uma televisão.
Preso preventivamente desde o dia 24 de Novembro do ano passado, no estabelecimento prisional de Évora, Sócrates é suspeito de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.
