Com as tensões greco-alemãs na zona euro como pano de fundo, o executivo grego lamentou contudo que a Alemanha tenha utilizado o termo "esquema" para classificar a carta de pedido de extensão da ajuda internacional assinada por Atenas, porque "não ajuda em caso algum ao verdadeiro debate" dentro do Eurogrupo.
Berlim "segue uma linha mais dura que a expressa na última reunião dos ministros das Finanças da zona euro a 16 de Fevereiro", lamentou a mesma fonte.
O Governo grego fez saber hoje à tarde que no Euroworking group, uma reunião em Bruxelas de altos funcionários europeus encarregados de analisar o pedido grego e de preparar a reunião de sexta-feira dos ministros das Finanças, a terceira em dez dias, a posição alemã foi de que a carta grega era um "esquema".
O pedido grego "não é claro (…), constitui mais um esquema que visa prolongar o financiamento e pôr fim ao actual programa" de ajuda ao país, argumentou a Alemanha, segundo os gregos.
O Governo alemão quer que a Grécia realize as reformas de consolidação orçamental, de restruturação do serviço público e outras reformas estruturais que lhe foram exigidas em troca dos dois primeiros planos de assistência financeira, assinados em 2010 e 2012.
Hoje de manhã, o Governo grego decidiu pedir oficialmente a extensão por seis meses do plano de financiamento do país e aceitou a manutenção da supervisão dos seus credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) durante esse período, uma grande concessão para o executivo de esquerda radical.
Mas Atenas pretende ganhar alguma margem de manobra orçamental para atenuar a depressão que mina o país, ao comprometer-se a "financiar plenamente quaisquer novas medidas" e "abster-se de qualquer acção unilateral que pudesse sabotar os objectivos orçamentais, a retoma económica e a estabilidade financeira".
O ministério das Finanças alemão reagiu argumentando que o pedido de extensão da ajuda apresentado por Atenas não constitui "uma solução substancial" e não corresponde aos critérios fixados pela zona euro.
Lusa/SOL