Comissário europeu: Acordo é do interesse de Atenas e da zona euro

O comissário europeu dos Assuntos Económicos afirmou que o acordo alcançado com Atenas é do interesse da Grécia e da zona euro, mas alertou que ainda é preciso “muito trabalho” para fechar as políticas de reforma.

"Este acordo é do interesse não só da Grécia e dos cidadãos gregos, mas também é do interesse da zona euro e dos cidadãos dos países do euro", disse hoje em Bruxelas Pierre Moscovici, após a reunião do Eurogrupo onde os ministros das Finanças da zona euro decidiram prolongar o programa de Atenas por mais quatro meses (e não por mais seis, como foi pedido pelo Governo helénico).

O comissário europeu disse, no entanto, que é preciso "trabalhar muito para acordar as políticas de reforma que vão ser a base para a avaliação" dos esforços gregos, acrescentando que, se a Europa e a Grécia "finalizarem tudo na segunda-feira, vão começar os procedimentos para a aprovação do acordo".

Pierre Moscovici adiantou que falta ainda "incluir medidas para garantir finanças públicas sólidas" e medidas para "reforçar a competitividade da economia", bem como políticas para "garantir que a administração fiscal da Grécia é mais eficaz".

Sublinhando que é preciso "combater a fraude e a evasão fiscal a todos os níveis", o comissário europeu disse mesmo que "é compreensível que os cidadãos europeus exijam medidas nesta frente".

"Não vai ser fácil, mas acredito que mostrámos esta noite e nos últimos dias que conseguimos chegar a um compromisso comum", afirmou Pierre Moscovici.

O Eurogrupo aprovou hoje o prolongamento do programa de resgate grego por mais quatro meses, mas as autoridades gregas ficaram de apresentar uma primeira lista de medidas até ao final de segunda-feira, seguindo o acordo hoje alcançado.

Posteriormente, as instituições vão fazer uma primeira avaliação sobre se a lista apresentada pelo governo helénico é "suficientemente ampla para ser um ponto de partida válido para a conclusão bem-sucedida" da avaliação, de acordo com o comunicado do Eurogrupo.

Esta lista vai ser "especificada e depois acordada com as instituições até ao final de Abril", refere ainda o comunicado, acrescentando que "apenas a aprovação da conclusão da avaliação" vai permitir "qualquer desembolso" do remanescente por parte do Fundo Europeu de Estabilização Financeira.

Lusa/SOL