"A DBRS espera que, caso a transacção seja feita, o banco [CaixaBank] vai beneficiar a médio-prazo do alargamento das suas receitas e diversificação geográfica através das operações do Banco BPI em Portugal e em Angola", lê-se numa nota de análise hoje libertada.
Ainda assim, "ao mesmo tempo, o perfil de risco do CaixaBank vai subir consideravelmente, já que o banco vai ficar exposto aos desenvolvimentos regulatórios, económicos e soberanos nesses países, o que poderá afectar a sua rendibilidade".
A agência de 'rating' realçou que, apesar disto, como o CaixaBank já está envolvido com o BPI há muito tempo, e dada a continuada melhoria dos seus fundamentais, "os riscos são geríveis".
O CaixaBank está presente na estrutura accionista do BPI desde 1995 e tem estado envolvido na gestão do banco português desde então.
A DBRS considera que o CaixaBank vai ajudar o BPI a reduzir custos e a realizar sinergias, que poderão rondar os 130 milhões de euros por ano a partir de 2017.
Caso a OPA sobre o BPI seja bem sucedida, a exposição do CaixaBank a Portugal terá um peso aproximado de 9% (em termos dos activos e créditos agregados entre as duas entidades), enquanto a exposição a Angola rondará os 2%, especificou a agência de notação financeira.
O CaixaBank anunciou na terça-feira a intenção de adquirir a maioria do capital do BPI por 1,329 euros por acção, num total de 1,082 mil milhões de euros.
O banco catalão é o maior accionista do BPI, contando com quatro membros no Conselho de Administração do banco português, seguindo-se a empresária angolana Isabel dos Santos, através da Santoro, com 18,6%, e o Grupo Allianz, com 8,4%.
Lusa/SOL