De facto, ao incendiar os ânimos na Praça de Maidan, e animar ali os ucranianos a avançarem com um governo revolucionário e à margem das instituições, precisamente quando a maioria anti-russa estava a ganhar as instituições, deu a desculpa perfeita para Putin avançar na Crimeia, deixando os ucranianos à sua mercê. Depois, vamos admitir que na 1ª Cimeira de Minsk poderia ter-se deixado enganar por um Putin que já não enganava mais ninguém. Na 2ª, tanto ela, como Putin (que se apressou a fazer a sua parte), como o resto do mundo, já só tinham razões para acreditar num favorecimento dos pró-russos. Que aproveitaram o dilatado espaço entre a assinatura do acordo e a data de entrada em vigor, para encherem a Ucrânia de mais armamento russo, ficando com a garantia de que os ucranianos não eram armados (como seria o desejo de Obama e dos EUA). E finalmente, como bramavam todos os oráculos, não se respeitou simplesmente o cessar fogo.
E para quê respeitá-lo, com uma aliada objectiva como Merkel (de resto, bem estimada por Moscovo como velha cliente do gás russo)?