Desde então as audiências em território nacional só por uma vez subiram para a casa dos 50 milhões: foi em Março de 1998, quando a vitória do Titanic em vez de submergir teve o efeito de trazer à superfície uma cerimónia que no ano anterior só tivera 40 milhões de espectadores (curiosamente, as duas edições foram apresentadas por Billy Crystal). Com mais de 57 milhões de espectadores, 1998 foi o melhor ano televisivo de sempre em território norte-americano de uma cerimónia que se estima seja das mais vistas no mundo inteiro.
Ao longo dos últimos anos, o espectáculo promovido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas tem lutado por recuperar a relevância como grande espectáculo de televisão de outros tempos, mas não tem sido fácil. Um dos pontos fundamentais para o show resultar tem sido o acerto na escolha do anfitrião. Em 2008, quando o filme dos irmãos Coen Este País Não é Para Velhos arrebatou o título de Melhor Filme, e o apresentador do Daily Show, Jon Stewart , liderou a cerimónia, apenas 31 milhões de espectadores seguiram a emissão em directo.
Soaram as campainhas de alarme e os produtores voltaram-se para a sua própria gente – em vez de um outsider vindo da comédia politizada – para agarrar os amantes de cinema. Até que Seth MacFarlane uma estrela de outra galáxia apresentou a emissão de 2012 em que também um filme de outra galáxia – O Artista, mudo e francês – ganhou a estatueta mais desejada, a de Melhor Filme. Mas MacFarlane incomodou a plateia de ilustres de Hollywood com as suas piadas corrosivas.
A época das selfies
No ano passado, a mais pacífica Ellen DeGeneres (que se estreara em 2007) captou a famosa selfie de estrelas e atirou a cerimónia para uma projecção no meio de comunicação do futuro: as redes sociais. Os espectadores em directo nos EUA foram 43 milhões, algo que não acontecia há 10 anos.
De volta ao bom caminho, a Academia apostou este ano em Neil Patrick Harris, um dos protagonistas da série de comédia ligeira extremamente popular How I Met Your Mother (conhecida como HIMYM ou Foi Assim Que Aconteceu, na versão em português).
Em Portugal, onde a cerimónia em directo é transmitida durante a madrugada de segunda-feira (normalmente com passagens da ‘Passadeira Vermelha’ ainda no serão de domingo), a TVI conseguiu no ano passado 178 mil espectadores em directo e 342 mil na transmissão do resumo exibido na noite de segunda-feira.
Este ano, após 17 anos na TVI, a célebre frase “and the Oscar goes to” será ouvida na SIC, que pela primeira vez assegurou os direitos, dividindo a emissão entre a SIC e a SIC Caras.
A seguir à gala do Achas Que Sabes Dançar, a SIC arrancará com a emissão das imagens da chegada das estrelas ao Dolby Theatre. A cerimónia será exibida integralmente, com comentários em estúdio da jornalista Sílvia Lima Rato e do crítico de cinema João Lopes. No serão de segunda-feira será emitida uma versão compacta.
Já na SIC Caras, a partir das zero horas de hoje, a cerimónia será transmitida na versão original da televisão norte-americana NBC, sem tradução, nem legendas. A emissão da SIC Caras começa no entanto 24 horas antes e decorre ao longo de todo o domingo, com programas especiais e ligações a Los Angeles, onde estará a apresentadora Rita Andrade.