O assunto é polémico e é sempre uma questão de gosto. O SOL apresenta algumas ideias, porém abertas a discussão e sem certezas absolutas. A única certeza é a de que o gosto discute-se.
Scarlett Johansson foi uma completa desilusão. Como se a actriz de 31 anos estivesse completamente perdida no seu estilo. Penteado moicano que não lhe assenta, maquilhagem que não combinava com nada e um vestido Versace que não fazia nada por ela, mais um colar que a estava a afogar. Totalmente lost in translation, mas a Vanity Fair gostou dela!
No capítulo dos desastres, Keira Knightley, sempre tão maravilhosa, aqui escolheu vestir-se de ‘fada Sininho vai aos Óscares’, com um vestido Valentino. O mistério é: porque raio a actriz inglesa não se manteve fiel à Chanel que lhe tinha feito para os Golden Globes um maravilhoso vestido floral condizendo com o seu estado de pré-mamã?
Percebe-se que Lorelei Linklater – filha do realizador de Boyhood e co-protagonista no filme – é novata e até relutante. É triste ser desagradável com ela, mas a verdade é que a peça parecia comprada num armazém chinês para levar ao baile dos Bombeiros Voluntários em 1987. A miúda merecia ter sido mais ajudada.
Jennifer LopeZ gera muitas angústias. O vestido até é bonito e parece uma continuação do bronze da pele, mas a obsessão pelos decotes profundos que exibem um peito espalmado é tão… sempre a mesma coisa.
Mas graças aos deuses da Sétima Arte uma desconhecida Blanca Blanco, no seu vestido de labaredas perfeito para uma convenção de motards salvou todas as estrelas de conseguirem a medalha de ouro de ‘A Mais Mal Vestida Da Carpete Vermelha’.
Quanto à ‘Mais Bem Vestida’, muitos júris reunidos no mundo inteiro nas últimas horas tiveram imensas dificuldades. Rosamund Pike é capaz de estar em todas as listas com o seu Givenchy dramático que exibia a silhueta mas, mais que tudo, fazia justiça à sua personagem hitchcockiana em Em Parte Incerta. Uma Grace Kelly de vermelho escaldante perfeitamente adequada para quem se preparava para ir ao palco recolher a estatueta.
Julianne Moore (a nomeada que foi buscar o Óscar) vestiu um Chanel branco com pormenores a preto. Deslumbrante e à altura do momento. Cate Blanchet provocou hesitações, mas no final, a opinião maioritária é que estava linda com o seu vestido Martin Margiela. Um minimalismo cortado pelo turquesa do colar volumoso. Lupita Nyong’o exibiu uma peça de arte, que fica bem a muito poucas pessoas, mas a ela perfeitamente. Um vestido com seis mil pérolas criado pelo brasileiro Francisco Costa, director criativo da Calvin Klein Collection.
E só Marion Cottilard se podia safar com um Dior Couture num estilo muito anos 50 de inspiração japonesa. Marion usa sempre aquilo que não se está à espera. É a antítese de mulheres como a Jenifer Aniston, com os seus 500 Versace iguais de várias cores. Um senão: parecia ligeiramente um édredon embelezado e percebia-se que a actriz estava cheia de dúvidas quanto ao impacto e em que lista é que iria ser arrumada. Mau ano para Marion, que também não levou o Óscar.
Felicity Jones causou igualmente imensos embaraços. Embora se trate de um belo exemplar da casa Alexander McQueen, é provável que ficasse melhor numa mulher mais esguia. No entanto, parecia adequado para a personalidade da actriz e para a personagem que encarna em A Teoria de Tudo. Dakota Johnson, a actriz de As Cinquenta Sombras de Grey foi igualmente vestida de acordo com o perfil da personagem: um bocadinho inocente e a tentar o sexy. E num Saint Laurent vermelho.
Surpresa do ano foi a presença da desconhecida (para nós) Margot Robbie num vestido Saint Laurent preto de corte perfeito sem adereços a não ser o colar feito pela Van Cleef &Arpels para a duquesa de Windsor nos anos 30. Margot parecia saída de um filme negro dos anos 40. Veronica Lake, talvez. Também de preto, mas totalmente viúva e sem brilho foi Siena Miller, num vestido bonito Oscar de La Renta, mas num tecido demasiado denso e pesado que a entristeciam. Porquê preto se não tem nenhuma ousadia, ou brilho? Porém, Sienna foi apreciada por muitos.
E entre as mais bonitas encontrámos, pendurada no braço do marido, o poderoso produtor de Hollywwod Harvey Weinstein, Georgina Chapman. É uma das duas criadoras Marchesa, marca de roupa de luxo criada em 2004. Percebe de moda e está tudo dito.
*com Maria Teresa Oliveira
Deslumbrantes na passadeira vermelha dos Óscares
Bem na passadeira vermelha dos Óscares