“Todos os presentes vão dar as mãos para formar um cordão humano à volta do edifico, para mostrar solidariedade para com a escola e para com a causa”, disse Raquel Alves, presidente da Associação de Estudantes da EMCN, ao SOL. “Todos estão convidados a participar”, acrescentou.
Desde ontem que a comunidade escolar se encontra em protesto contra a falta de resposta do Ministério da Educação e Ciência (MEC) face ao encerramento de 10 salas de aula por motivos de segurança. Tal como o SOL noticiou, esta decisão partiu da Câmara Municipal de Lisboa que efectuou uma vistoria às instalações, há cerca de duas semanas, tendo intimado a escola a realizar obras.
O encerramento das salas impede o cumprimento do horário lectivo de várias turmas e alunos, “que irão realizar exames nacionais no final do ano lectivo”, frisaram vários alunos e professores durante a reunião geral realizada ontem no Salão Nobre da escola. “Todos os alunos saem lesados desta situação. As salas que não foram encerradas estão em muitíssimo mau estado”, disse Mariana Pinto dos Santos, encarregada de educação de dois alunos da EMCN.
“Hoje não houve aulas. Alunos e professores estão aqui reunidos em defesa das condições materiais da nossa escola. Queremos ver esta situação resolvida” referiu ao SOL a presidente da Associação de Estudantes. Com mensagens como ‘A EMCN a morrer e eu sem aprender’ e ‘Queremos aulas, mas não temos salas’, o protesto começou hoje pelas 7h30, quando a escola já se encontrava fechada a cadeado.
“Queremos que o edifício seja recuperado”, acrescentou Mariana Pinto dos Santos. “A direcção tem-se multiplicado em apelos ao Ministério da Educação e têm sido sempre ignorados”, continuou.
O Ministério da Educação disse à Lusa que "a direção da EMCN foi informada pela Direcção de Serviços de Lisboa e Vale do Tejo [da Direção Geral de Estabelecimentos Escolares] das intervenções prioritárias e que deveria desencadear os procedimentos necessários para proceder a essas intervenções com a maior brevidade". A directora Ana Mafalda Pernão confirmou na reunião geral que tinha autorização para pedir orçamentos para a realização de obras, mas que “não chega” e que levaria “meses a resolver o problema” das salas encerradas, afirmando que a escola necessita de uma solução mais imediata “para os alunos não continuarem sem aulas”.
“O que queremos é que o edifício seja recuperado. Este edifício foi criado para ser uma escola de música. Há toda uma história. O que faz sentido é aprender e fazer música para, depois, poder mostrá-la e incluí-la no quotidiano da cidade”, disse referindo-se à importância da localização da escola no Bairro Alto de Lisboa.
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