Em causa está a condenação hoje divulgada no Dubai de um transexual português e outro espanhol, referenciados na Internet como sendo Sofia Janeiro, de 18 anos, e Alessandra Chanel, de 36 anos, respectivamente, detidos em Janeiro no Dubai, Emirados Árabes Unidos.
"A partir do momento em que soubemos do caso, por meio da Amnistia Internacional, passámos a manter um contacto permanente, através da Embaixada, quer com a família do referido jovem, quer com as autoridades locais, a polícia do Dubai", esclareceu José Cesário.
Segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, para quem "este caso tem contornos muito delicados", a intenção é "despachar o processo o mais depressa possível", mas "é preciso ter noção de que ambos cometeram um crime de acordo com a lei local".
Ainda de acordo com José Cesário, os dois homens, o português e o seu companheiro espanhol, ambos transexuais, foram condenados a uma multa, "num valor equivalente a cerca de 480 euros", e tiveram ordem para abandonar o país, estando os dois "a aguardar a expulsão num hospital local, devido a problemas de saúde de um deles".
A condenação de Sofia Janeiro e de Alessandra Chanel deveu-se a "atentado à moral, comportamento indecoroso e resistência à autoridade", revela a agência noticiosa Efe, acrescentando que os dois permanecem no Dubai "por não poderem fazer frente à sanção de 2.000 dirhams dos Emirados (478 euros) que foi imposta a cada um no passado dia 19".
A Efe assegura ainda que Sofia Janeiro e Alessandra Chanel começaram por enfrentar a acusação de travestismo, mas conseguiram a absolvição por nos seus passaportes estarem identificadas legalmente como mulheres e não como homens.
Todavia, como a lei dos Emirados Árabes Unidos não reconhece a existência de transexuais, o processo deu-se enquanto travestis.
Sofia Janeiro e Alessandra Chanel, cuja detenção se deu a 22 de Janeiro à porta de uma casa de banho da estação de metro de Burj Jalifa, no Dubai, tiveram o seu caso reportado pela Amnistia Internacional, que pediu às autoridades do Dubai que lhes permitissem o regresso a casa.
Lusa/SOL