Doentes esperam em média três meses por cirurgia em Leiria

O tempo médio de espera para cirurgia no Centro Hospitalar de Leiria foi de três meses em 2014 e 90% dos doentes foram operados dentro do prazo definido, disse hoje o Conselho de Administração desta unidade de saúde.

O relatório sobre o desempenho operacional e económico de 2014 do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), que integra os hospitais de Santo André, Alcobaça e Pombal, demonstra ainda que "a demora média de internamento regista uma duração de 6,3 dias, a mortalidade situa-se nos 5,5 por cento e a taxa de internamentos com complicações cifra-se pelos 2,7 por cento ", indicadores que o Conselho de Administração (CA) considera serem de "qualidade e compatíveis com os melhores registos internacionais".

O mesmo documento refere ainda que, entre 2006 a 2014, a consulta externa cresceu 79,8 por cento, sendo que as primeiras consultas aumentaram 92 por cento, indicador que permite "perceber a capacidade da instituição de receber novos utentes em consulta", refere o CHL.

"As intervenções cirúrgicas totais, no mesmo período, passaram de 9.607 para 15.795, significando um crescimento de 64,4 por cento, sendo que, relativamente à cirurgia de ambulatório, de 2006 a 2014, passou-se de 2.953 para 8.112, um crescimento de 174,7 por cento, o que demonstra de forma expressiva e clara a melhoria da resposta à procura deste tipo de cuidados assistenciais", lê-se ainda no documento.

De salientar, no entanto, que para o aumento destes números também contribuiu o facto de o CHL passar a integrar o Hospital de Pombal, em 2011, e o de Alcobaça, em 2013.

Os indicadores de qualidade assistencial mostram ainda que, no ano passado, realizaram-se 257.184 consultas externas e 26.392 internamentos.

O CHL efectuou ainda 15.795 cirurgias, das quais 8.112 em ambulatório. O hospital de dia teve um registo de 10.312 sessões, enquanto o serviço domiciliário realizou 2.183 visitas. Dados estes que "ultrapassaram as metas definidas".

Apesar dos resultados positivos, o CHL constata ainda a falta de médicos de algumas especialidades, o que se traduz numa "incapacidade de resposta nos tempos definidos".

Segundo o CA, o hospital tem procurado "promover uma estratégia de recrutamento de especialistas", tendo contratado "mais 13 médicos em 2014".

Quanto aos resultados económicos e financeiros, o ano de 2014 manteve um resultado líquido positivo superior a um milhão de euros e resultados operacionais de 451.320 euros, que "quase triplicaram face a 2013".

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ascendeu a quatro milhões de euros, "o melhor resultado desde 2010".

"Em termos médios anuais, entre 2007 e 2014, o resultado líquido foi de 1,6 milhões de euros, e o EBITDA de 4,4 milhões de euros, o que demonstra a sustentabilidade do projecto empresarial do CHL", assegura o CA.

Garantindo uma autonomia financeira de 74 por cento, o CHL garantiu um prazo médio de pagamento a fornecedores de 43 dias.

O relatório do CHL revela ainda a "significativa aposta na modernização de instalações e equipamentos", entre 2006 a 2014, que se traduziu num investimento que "ultrapassou os 37,6 milhões de euros".

Para 2015, o CA revela ter previsto um orçamento que ascende os 4,2 milhões de euros, "em verbas próprias" para a modernização dos três hospitais que integram o CHL.

"Mesmo com recursos limitados, e num contexto nacional especialmente difícil, o CHL conseguiu crescer e afirmar-se, sendo acreditado pela Joint Commission International", afirma fonte do CA à agência Lusa.

Segundo o CA, os resultados positivos são consequência da "definição clara do projecto estratégico do CHL", de uma "gestão rigorosa", de uma "motivação contínua dos colaboradores com a melhoria efectiva das condições de trabalho" e de um "grande investimento na transparência, proximidade, partilha de informação e mobilização de todos".

"Os resultados que temos são excelentes, mas estamos convictos de que poderíamos fazer ainda melhor com mais recursos, especialmente humanos, que, estamos certos, nos serão disponibilizados em breve", conclui o CA.

Lusa/SOL