Mega operação cibercrime: Detidas sete pessoas do grupo Anonymous

Sete pessoas, entre elas uma mulher, do grupo Anonymous Portugal, foram detidas esta manhã numa mega operação contra crime informático, por vários ataques a sistemas informáticos de organismos do Estado, mas também empresas privadas.

Os hackers têm entre 17 e 40 anos e foram detidos nas regiões de Lisboa e do Porto. Serão agora submetidos a primeiro interrogatório judicial, no qual serão sujeitos à aplicação das medidas de coacção adequadas

Outras 14 foram constituídas arguidas por crimes de sabotagem informática, dano informático e acesso ilegítimo e indevido.

As detenções ocorreram após a Directoria de Lisboa da PJ, em articulação com o Gabinete do Cibercrime da Procuradoria-Geral da República (PGR), desenvolver em vários pontos do território nacional, uma vasta operação de combate à criminalidade informática e tecnológica, designadamente à actividade ilícita conhecida como "hacktivismo".

Na operação "Caretos" participaram 70 funcionários especializados, tendo a mesma visado apurar as responsabilidades criminais de grupos de cidadãos envolvidos, de forma reiterada, em crimes daquela natureza.

Foram feitas 24 buscas domiciliárias buscas domiciliárias, inclusive a um órgão de comunicação social, onde foram apreendidos dezenas de sistemas informáticos, que serão agora alvo de análises pelo departamento especializado da Polícia Judiciária. 

Fonte policial revelou à agência Lusa que uma das buscas incidiu sobre o Tugaleaks, que se apresenta como um órgão de comunicação social inspirado no Wikileaks.

Segundo a PJ, a investigação iniciou-se em Abril de 2014

"A actividade destes grupos centrava-se no ataque frequente e lesivo a sistemas informáticos institucionais, públicos e privados, sendo que as consequências práticas do cometimento destes tipos de crimes conduzem à inesperada inoperabilidade institucional dos mesmos, com os prejuízos daí resultantes", refere a PJ

Nos casos de sistemas informáticos privativos do Estado Português, os ataques provocaram, segundo a PJ, uma "clara afectação da sua imagem, quanto a matérias de fiabilidade e segurança".

"Este tipo de criminalidade tem, ainda, um efeito erosivo sobre a confiança dos cidadãos nas estruturas nacionais da rede internet, prejudicando a sua credibilidade, nível de segurança e funcionamento regular, bem como comprometendo uma maior e mais segura adesão aos serviços nas redes de informação, processamento e comunicação", conclui aquela polícia.

A PJ revela que prossegue as investigações, para apurar a natureza e a extensão das ligações criminosas destes grupos.

*com Lusa