Bruxelas separa-se da Alemanha

Afinal, Bruxelas separa-se da Alemanha, não só em relação à Grécia, também quanto a Portugal. O comissário dos Assuntos Económicos, o francês Pierre Moscovici, anunciou ontem que Portugal (mais 4 países: França, Itália, Croácia  e Bulgária) ficarão ‘sob monitorização específica’, por desequilíbrios económicos excessivos.

Aqui está a divergência com a Alemanha: afinal, não basta só o défice, mas também tem de se equilibrar a dívida pública. Porque são precisamente a elevada dívida e o desemprego que a Comissão considera "desequilíbrios excessivos", que precisam de ser acompanhados de perto.

A Alemanha tornou-se de repente excessivamente mole? Não parece. Simplesmente Merkel e Schauble receiam ver aplicadas politicas que tenham maior sucesso do que o insucesso das deles (como aconteceu, após a II Guerra, com os socialistas democráticos, ou sociais-democratas, dos  países nórdicos e da Inglaterra em comparação com os seus opositores conservadores e liberais. Talvez até a Comissão não se importe agora que isso se demonstre. Entretanto, fica sem efeito o passeio-exibicionista de Maria Luís Albuquerque na Alemanha, pela mão de Schauble.

Vamos agora ver como (e como quem) vota hoje no parlamento Europeu o acordo com a Grécia.