"Confirmei a minha participação e prevemos discutir o conjunto das questões que dizem respeito às nossas relações em Bruxelas", disse o ministro da Energia russo, Alexandre Novak, citado pela agência Ria Novosti, acrescentando que a questão do fornecimento de gás aos territórios separatistas "será certamente abordada" durante o encontro.
A reunião trilateral em Bruxelas, na presença dos ministros da energia russo e ucraniano foi proposta no início desta semana pela Comissão Europeia, que teme o fornecimento da União Europeia em caso da interrupção do gás russo para a Ucrânia.
Na semana passada, a companhia produtora de gás russa Gazprom começou a fornecer directamente as zonas sob controlo dos rebeldes, alegando que Kiev tinha suspendido o fornecimento de gás.
Moscovo considera que estas entregas de gás fazem parte do contrato, concluído em Outubro, entre a Gazprom e o grupo ucraniano Naftogaz e devem ser pagas por Kiev. A companhia ucraniana recusa esta posição, explicando não ter qualquer meio de controlo sobre o volume do gás fornecido, nem utilização.
Kiev recusa também fazer qualquer nova aquisição de gás, além das que já foram feitas, o que só será suficiente para os próximos "três ou quatro" dias, de acordo com Putin.
O acordo provisório, assinado em Outubro para resolver o conflito relativo ao gás entre Moscovo e Kiev, prevê que a Ucrânia pague antecipadamente qualquer volume que pretenda consumir. Uma vez que a última compra esteja esgotada, as entregas russas de gás serão suspensas.
Putin disse esperar que "tais medidas extremas não sejam aplicadas e que o fornecimento de gás não seja interrompido".
Os acordos de Minsk, de 12 de Fevereiro, para a resolução do conflito ucraniano estabelecem que as autoridades ucranianas devem restabelecer a economia das regiões rebeldes do leste do país e, portanto, "devem garantir o aprovisionamento em recursos energéticos destas regiões", lembrou o presidente russo.
Lusa/SOL