O Governo grego entregou no início da semana o muito esperado plano de reformas que tenciona aplicar, condição imposta pelos parceiros europeus e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para prolongar quatro meses o programa de ajuda ao país e para receber um pagamento de 7,2 mil milhões de euros.
O plano não contém prazos nem compromissos em números, mas é deliberado, explicou Varoufakis à cadeia de televisão grega Antenna TV, recordando uma "imprecisão produtiva".
"Nós estamos confiantes com o nível de imprecisão", disse o ministro.
Varoufakis explicou que teve encontros com determinados homólogos da zona euro que o aconselharam a não incluir números no documento porque "senão não seriam aprovados pelos respectivos parlamentos".
Varoufakis exprimia-se quando os deputados da câmara baixa do Parlamento alemão, Bundestag, se preparavam para votar a extensão do programa.
O Bundestag deu hoje 'luz verde' por uma esmagadora maioria, mesmo depois do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, ter explicado que a decisão não tinha sido "fácil".
No plano apresentado à zona euro, o Governo de esquerda de Alexis Tsipras compromete-se a lutar contra a fraude e a corrupção, reduzir as despesas do Estado, não travar as privatizações em curso e cooperar com as instituições internacionais.
Todos estes compromissos devem ser transpostos para projectos legislativos e medidas concretas nas próximas semanas.
Varoufakis também reconheceu que, actualmente, "os cofres (do Estado) estão vazios", numa altura em que o país deve reembolsar os empréstimos, designadamente ao FMI em Março.
Lusa/SOL