"Não queremos um 'Grexit'", afirmou Schäuble, numa referência a uma eventual saída da Grécia da zona euro, mas considerou que a decisão final a esse respeito cabe a Atenas.
"Somos solidários, mas não extorsionários. Ninguém forçou a Grécia ao programa de ajuda. Por isso, está totalmente nas mãos do governo de Atenas", acrescentou.
O ministro das Finanças alemão sublinhou que "os acordos adoptados estão vigor", ou seja, Atenas deve continuar com os ajustes e reformas assumidas como contrapartidas no programa que acompanhou o seu segundo resgate e que a extensão de quatro meses acordada recentemente não prevê novos desembolsos para o país.
Atenas "tem a palavra. Se a Grécia não cumprir [com o acordo], não haverá mais ajudas", acrescentou o governante alemão.
Além disso, Schäuble considerou que tanto o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, como o seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, deveriam baixar o tom, embora pessoalmente dê mais valor "aos acordos do que às declarações".
"Seria bom que o governo grego não falasse de modo que nos seja difícil convencer os nossos cidadãos", comentou.
O homem forte da chanceler alemã, Angela Merkel, evitou, no entanto, avançar se Atenas irá precisar de mais ajudas assim que concluir o programa.
Schäuble considerou ainda que "é preciso dar algum tempo a um governo novo", aludindo ao facto de o partido da esquerda radical Syriza ter chegado ao poder após as eleições de 25 de Janeiro.
Na sexta-feira, os deputados alemães aprovaram, por esmagadora maioria, o prolongamento do programa de resgate por quatro meses, até 30 de Junho próximo, após um compromisso entre os ministros europeus das Finanças e Atenas, que aceitou manter as reformas.
"O meu homólogo grego tem o direito a ser tão respeitado quanto os outros", afirmou Schauble sobre Yanis Varoufakis: "Ele comportou-se comigo de forma absolutamente correta".
Lusa/SOL