"O interrogatório vai começar amanhã (quinta-feira)", disse o advogado de defesa de Paulo Pereira Cristovão, Paulo Farinha Alves.
O antigo inspector da PJ Paulo Pereira Cristóvão esteve quarta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.
De acordo com fonte policial, em declarações na terça-feira à Lusa, o antigo inspector da PJ é acusado de ter fornecido "informação útil sobre as vítimas" à associação criminosa a que pertencia, sendo um dos "mentores" dos roubos e sequestros perpetrados pelo grupo.
Pereira Cristóvão, de 45 anos, que iniciou a carreira na PJ como segurança, antes de ingressar na carreira de inspector, é suspeito de "fornecer informações úteis aos autores materiais" de crimes de roubo e sequestro, na zona de Lisboa e Setúbal.
Em Novembro de 1990, entrou para os quadros da PJ de onde saiu no início de 2007, para fundar uma empresa de consultoria e investigação. Na PJ foram-lhe atribuídos alguns processos mediáticos, nomeadamente o "caso Joana", sobre o desaparecimento de uma menor no Algarve que levou à detenção da mãe.
Os detidos na terça-feira, juntamente com outros doze suspeitos detidos desde meados de 2014, integravam uma organização criminosa dedicada ao roubo no interior de residências, que simulavam tratar-se de verdadeiras acções policiais para cumprimento de buscas domiciliárias judicialmente ordenadas, tendo mesmo, nalguns casos, utilizado as suas próprias fardas para assim melhor credibilizarem as suas acções.
Paulo Pereira Cristóvão foi vice-presidente do Sporting durante o mandato de Godinho Lopes (2011 a 2013), depois de ter sido candidato à presidência do clube, tendo perdido as eleições para José Eduardo Bettencourt.
Lusa/SOL