“Têm todo o direito de estar zangados e preocupados, mas peço paciência e compreensão porque esta situação é temporária”, declarou a chefe de Estado. Em cima da mesa estão agora medidas de austeridade, após o primeiro défice orçamental numa década.
A economia brasileira enfrenta neste momento a baixa do preço do petróleo, um arrefecimento geral da economia e a desconfiança dos investidores.
A juntar à contestação às políticas económicas do Governo, os brasileiros assistem a um novo escândalo de corrupção. Na sexta-feira, foi divulgado que 54 políticos de topo – incluindo o presidente do Senado e o ex-Presidente Collor de Melo – estão a ser investigados. Em causa está, entre outras suspeitas, o pagamento de pelo menos 800 milhões de dólares em suborno pela petrolífera estatal Petrobras.
Dilma não está a ser investigada no chamado ‘petrolão’, mas a sua proximidade à empresa e o facto de ter tido nesta um cargo directivo durante vários anos está a penalizar fortemente a Presidente nas sondagens.
Foi neste contexto que Dilma falou ao país, mas durante os 15 minutos do discurso transmitido pelas redes nacionais de televisão tudo o que se ouviu em algumas das principais cidades brasileiras foi o bater de panelas, gritos, buzinadelas e fogo-de-artifício – um boicote em massa à comunicação.
O protesto teve maior adesão nos bairros mais abastados de cidades como São Paulo. É entre as classes elevadas que é maior a oposição a Dilma.
A contestação teve eco nas redes sociais, onde críticas e insultos a Dilma se tornaram o tópico mais falado em redes como o Twitter e o Facebook.
O protesto foi entretanto baptizado de “panelaço”.